Localizado próximo à Ponte Pênsil, na área continental de São Vicente, o bem denominado Porto das Naus se trata, na realidade, de ruínas de um engenho de açúcar quinhentista, o qual acredita-se que foi construído sobre os alicerces e paredões do referido Porto.
O Porto das Naus teria sido o primeiro trapiche alfandegário do Brasil, instalado oficialmente por Martim Afonso de Sousa em 1532, mas que provavelmente já era utilizado desde 1510 por João Ramalho, Antônio Rodrigues e pelo Bacharel de Cananeia – degredado enviado para o Brasil no início do século – como estaleiro e porto de sua povoação. Contudo, a partir do final da década de 1540, diversas circunstâncias – como o assoreamento da entrada da barra da baía de São Vicente, que impediu a navegação de embarcações de grande porte na área, e a posição geográfica estratégica do porto de Santos – fizeram com que o Porto das Naus se tornasse obsoleto.
Por volta de 1580, o capitão-mor da capitania, Jerônimo Leitão, construiu ali um trapiche, uma capela (Capela de Nossa Senhora das Naus) e uma casa de purgar. Entretanto, tais instalações logo foram destruídas, já que em 1615 houve o ataque de Joris van Spilbergen à São Vicente, o que acabou por incendiar o engenho lá estabelecido bem como muitos outros da região (como o caso do engenho dos Erasmos).
Em 1977, também entre palmas e discursos, o Governo Estadual, através do Condephaat, tombou aquelas ruínas. Junto com o tombamento, vieram as promessas de que o logradouro receberia serviços de recuperação, já que o principal objetivo da medida de preservação era evitar o desaparecimento da memória viva do nosso passado colonial. As promessas de recuperação das ruínas eram sempre renovadas pelas autoridades estaduais, contudo, o tempo foi passando, os recursos não chegavam, o projeto amarelava na gaveta e as ruínas do Porto das Naus iam sumindo. Nos anos de 1981 e 1982 as promessas de restauração das ruínas históricas do Porto das Naus foram reavidas, porém, evidentemente, também não foram cumpridas.
Atualmente, subsistem apenas as ruínas dessas instalações, das quais até pouco tempo atrás tinham-se poucas e imprecisas informações. Somente através do trabalho arqueológico, realizado pelo Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas (Cerpa), iniciado em maio de 2010 foi possível começar a elucidar que aquele local foi, de fato, o engenho de açúcar construído por Jerônimo Leitão. Na primeira fase de escavações, foram encontrados mais de 400 fragmentos de peças utilizadas no engenho, entre eles pedaços de fôrmas de pão de açúcar e tanques de caldo de cana com raios de 2,2 metros e 1,5 metro, utilizados para fazer melado. As próximas etapas do trabalho arqueológico consistiriam em fazer pesquisas aquáticas na área e também avançar as prospecções arqueológicas no sentido do morro, já que na época o engenho devia se estender nessa direção para buscar um fluxo de água que movimentasse a moenda.
Existem algumas fontes que afirmam que o bem seria tombado pelo IPHAN, entretanto, na lista do mesmo, o que está tombado é “Remanescentes da antiga Vila Colonial, particularmente a igreja Matriz, compreendendo as obras de talha e imagens antigas” e, embora provável que o Porto das Naus esteja englobado em “remanescentes da antiga vila colonial”, não foi encontrada nenhuma especificação desse tombo que identifique especificamente este bem como pertencente à área tombada.
Localizado próximo à Ponte Pênsil, na área continental de São Vicente, o bem denominado Porto das Naus se trata, na realidade, de ruínas de um engenho de açúcar quinhentista, o qual acredita-se que foi construído sobre os alicerces e paredões do referido Porto.
Anteriormente ao trabalho arqueológico de pesquisa e restauro, realizado pelo Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas (Cerpa), as ruínas históricas estavam sucumbindo à ação do tempo e dos vândalos. Na primeira fase de escavações, foram encontrados mais de 400 fragmentos de peças utilizadas no engenho, entre eles pedaços de fôrmas de pão de açúcar e tanques de caldo de cana com raios de 2,2 metros e 1,5 metro, utilizados para fazer melado. As próximas etapas do trabalho arqueológico consistiriam em fazer pesquisas aquáticas na área e também avançar as prospecções arqueológicas no sentido do morro, já que na época o engenho devia se estender nessa direção para buscar um fluxo de água que movimentasse a moenda.
Por fim, apesar da notícia da primeira fase das escavações ser de 2011 e da mesma afirmar que o trabalho arqueológico na área seguiria por pelo menos mais cinco anos, não foi encontrada nenhuma fonte depois da mesma que constatasse algo sobre o estado atual das escavações ou mesmo qualquer informação sobre a área depois de 2011.
Localizado próximo à Ponte Pênsil, na área continental de São Vicente, o bem denominado Porto das Naus encontra-se novamente em situação de abandono e descaso.
INFORMAÇÕES DE TOMBO
INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPHAAT, Proc. 00373/73, Livro do Tombo Histórico: inscrição nº162, p. 36, 30/03/1982. / CONDEPHASV, Decreto nº 3354-A, 12/08/2011.
Blog Casa Martim Afonso
Disponível em: <http://casamartimafonso.blogspot.com.br/2011/07/porto-das-naus-abrigou-um-engenho.html> – Acesso em 22 de Março de 2016.
Disponível em: <http://casamartimafonso.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html> – Acesso em 22 de Março de 2016.
Estadão
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,arqueologos-acham-pecas-de-engenho-de-1580-em-sp,745315> – Acesso em 23 de Março de 2016.
Infopatrimônio
Disponível em: <http://www.infopatrimonio.org/?p=258#!/map=1460&loc=-22.682450015215043,-47.4169921875,8> – Acesso em 22 de Março de 2016.
Plataforma Novo Milênio
Disponível em: <http://novomilenio.inf.br/sv/svh067b.htm> – Acesso em 23 de Março de 2016.
Disponível em: <http://novomilenio.inf.br/sv/svf030.htm> – Acesso em 23 de Março de 2016.
Secretaria da Cultura de SP
Disponível em: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?vgnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=0510ac9aa4acc010VgnVCM2000000301a8c0____> – Acesso em 22 de Março de 2016.
Unisanta
Disponível em: < https://www.online.unisanta.br/1999/12-04/cultura2.htm > – Acesso em 22 de Março de 2016.
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