O Grupo Escolar Barnabé foi criado por decreto de 5 de maio de 1900 e instalado em 1º de julho de 1902, tendo como primeiro diretor o professor Carlos Escobar. Para o funcionamento da instituição educacional foi construído prédio próprio pelo Estado utilizando parte de recursos financeiros provenientes da doação testamentária de Barnabé Francisco de Vaz de Carvalhais, origem do nome da instituição.
O prédio foi construído levando em conta princípios que norteavam o urbanismo no início do século XX, sobretudo a arquitetura escolar característica da Primeira República. Ou seja, levava em consideração questões como a higiene e sanitarismo, ventilação e insolação, bem como simplicidade e organização em sua construção de alvenaria. Como colocado no texto que consta no tombamento feito no CONDEPHAAT, “destaca-se a qualidade do conjunto caracterizado pela técnica construtiva simples, consolidando o uso de alvenaria de tijolos e por uma linguagem estilística que simplificou os atributos da tradição clássica acadêmica. A organização espacial era concebida incorporando preceitos e recomendações de higiene, insolação e ventilação previstos na cultura arquitetônica que vinha se firmando desde o século XIX. O programa pedagógico distribuía essencialmente salas de aulas ao longo de eixos de circulação em plantas simétricas.”
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a escola abrigou um quartel e um posto de alistamento para novos soldados. Ainda hoje a escola preserva alguns aparatos da Revolução, além de uma importante pintura de corpo inteiro de Barnabé Francisco, atribuída a Benedito Calixto.
A construção desta escola está inserida no projeto político educacional característico da Primeira República, que valorizava o papel do Estado na difusão da educação básica primária, laica e pública: “essas edificações expressam o caráter inovador e modelar das políticas públicas educacionais que, durante a Primeira República, reconheceram como inerente ao papel do Estado a promoção do ensino básico, dito primário, e a formação de professores bem preparados para tal função. Quanto às políticas de construção de obras públicas, são representativas pela estruturação racional de se instalar edificações adequadas ao programa pedagógico por todo o interior e capital do Estado.”
Os modelos arquitetônicos dessas escolas foram replicados em muitos municípios de todo o Estado, com pouca ou nenhuma mudança. Este projeto político criou um conjunto patrimonial que foi tombado pelo CONDEPHAAT constituído por “126 escolas públicas construídas pelo Estado de São Paulo entre 1890 e 1930 que possuem significados cultural, histórico e arquitetônico.” É neste tombamento em conjunto que a E. E. Barnabé se insere.
A Escola Estadual Barnabé localiza-se na Praça Correia Melo, no centro histórico de Santos. Conta com um estilo arquitetônico eclético, com sua estrutura feita com materiais de alta qualidade. Destacam-se o alto pé direito, as janelas em amplas envasaduras e uma escadaria toda revestida com mármore de Carrara.
INFORMAÇÕES DE TOMBO
INSTÂNCIAS E NÚMERO: CONDEPHAAT, Proc. 24929/86, Livro do Tombo Histórico:
inscrição 377, 05/09/2011.
É possível a observação da fachada do prédio por meio do passeio público.
SUWABE, Marcelo Hideki. Patrimônio Cultural e preservação: o exemplo da Escola Estadual Barnabé. Revista Eletrônica Patrimônio: Lazer & Turismo (revista vinculada ao programa de Mestrado em Administração da UNISANTOS), Santos, nov. 2004. Disponível em <http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos9665.html?cod=21>, acesso em 19 jul. 2016.
Portal Novo Milênio
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0250m.htm
CONDEPHAAT – Registro de Tombamento
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-23.937776 -46.328077